“Eu não gostaria de ser aquele arquiteto que, para se graduar, teve que fazer um expediente de plágio. O profissional ficará marcado para o resto da vida”, afirmou o coordenador da Comissão de Ética e Disciplina do CAU/BR, Napoleão Ferreira da Silva Neto, em sua palestra nesta segunda, 28, com o tema “Ética no trabalho final de graduação”. O plágio foi um dos assuntos mais abordados pelo arquiteto, que lembrou que se trata de um crime previsto no Código Penal, no artigo que aborda os crimes contra a propriedade intelectual.
“Nos Conselhos de Arquitetura dos Estados, cerca de 10% dos processos éticos são denúncias de plágio”, contou. “Isso pode gerar até o cancelamento do registro. Ou seja, aquele profissional não poderá mais exercer a profissão.”
Napoleão, que participou ativamente na elaboração do Código de Ética e Disciplina para Arquitetos e Urbanistas, na primeira gestão do CAU/BR, também levantou em sua fala, no auditório lotado da Área II da PUC Goiás, a preocupação do Conselho com o mercado “subterrâneo” que oferece projetos prontos aos estudantes de arquitetura; o direito moral sobre a autoria de um projeto, que é irrenunciável; e o fato de profissional que não emitir determinado RRT (Registro de Responsabilidade Técnica) ainda ter garantido seu direito de denunciar o colega que copiou seu projeto, usando de má-fé.
O palestrante fez ainda uma relação entre o sentimento de desvalorização da profissão de Arquitetura a uma baixa autoestima dos profissionais. “A necessidade do aluno de graduação em contratar um terceiro para finalizar seu trabalho, demonstra que ele não se sente capaz de fazê-lo por conta própria”, afirma a vice-presidente do CAU/GO, Maria Ester de Souza, que coordena a Comissão de Ética e Disciplina do Conselho e é professora na Escola de Arquitetura da PUC. “Além disso, a questão se reflete na sua vida profissional futura. É possível que essa pessoa terá mais propensão de incorrer em uma falta ética”.
Crédito das imagens: Cristiano Borges