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Para o CAU/GO, abastecimento público é prioritário e turismo no João Leite deve ser descartado

Foto: Agência Brasil

O CAU/GO repudia a proposta do governo estadual de liberar o reservatório do ribeirão João Leite para atividades de lazer e turismo. O abastecimento de água potável, um dos maiores desafios da região metropolitana de Goiânia, deve ser a prioridade da gestão pública. Portanto, todos os esforços devem ser dirigidos a garantir a segurança e a qualidade desse recurso. A liberação das atividades vai na contramão do interesse da sociedade e representa risco de contaminação da água dos goianienses.

A proposta, presente em Plano de Manejo e Plano de Uso Público do Parque Estadual do João Leite e do Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco, foi apresentada pela Semad (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) na última segunda-feira, 18, em audiência realizada no Centro Cultural Oscar Niemeyer.

Para o CAU/GO, a autorização de práticas aparentemente inofensivas (como natação, pesca esportiva, barco sem motor) é apenas a porta de entrada para ações de severo impacto ambiental, tais como o parcelamento do solo na região do entorno do reservatório, previsto pelo Plano de Manejo, e a autorização de usos industriais e agrícolas.

As consequências da aprovação de um loteamento são a supressão da cobertura vegetal, a impermeabilização do solo e a geração de esgoto, impactando diretamente na redução da infiltração das águas pluviais e na degradação do reservatório. Dessa forma, a qualidade da água será prejudicada e o seu tratamento será encarecido. O tratamento da água tampouco garante a eliminação de diversos tipos de poluentes, que poderão chegar às torneiras da população.

O Plano de Manejo apresentado prevê também a compensação ambiental a atividades de impacto, favorecendo assim o desmatamento na área de amortecimento no entorno do reservatório do João Leite. Isso significa que será possível desmatar em um determinado ponto para replantar em outro ponto.

Quando a Semad justifica o modelo de ocupação que propõe para as unidades de conservação, devido ao risco de usos indevidos, se esquiva da responsabilidade de gerir adequadamente os recursos do Estado – coibindo, fiscalizando e punindo loteamentos irregulares existentes.

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