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Para CAU/GO, todos os imóveis abandonados oferecem risco em potencial

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás, diante do incêndio e desabamento do edifício Wilton Paes em São Paulo na madrugada de terça, dia 1º, vem a público manifestar sua preocupação com o potencial risco oferecido pelas numerosas edificações abandonadas de Goiânia. Muitas são obras inacabadas, que acabam servindo, invariavelmente de forma inadequada, como moradia para cidadãos sem teto ou “em situação de rua”.

“Toda edificação sem uso e sem manutenção oferece risco de causar algum prejuízo à saúde humana”, afirma a conselheira do CAU/GO Maria Ester de Souza. Segundo informações da Secretaria de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh) divulgadas pela imprensa, existem na capital goiana 473 imóveis abandonados. Diante disso, é fundamental que o poder público e a sociedade se articulem em torno de uma política urbana visando solucionar o problema.

“Também é grave o fato de que os edifícios abandonados não cumprem com sua função social na cidade”, afirma a conselheira Adriana Mikulaschek. “Em sua maioria, essas obras se encontram em áreas consolidadas e com acesso à infraestrutura urbana. Sem uso, não abrigam moradia, emprego ou lazer e, além disso, prejudicam a paisagem urbana e desvalorizam todo o seu entorno”.

Habitação e patrimônio
Segundo nota divulgada pelo CAU/SP, palco do incidente, a tragédia torna explícito “mais um exemplo do descaso do Poder Público, em todas as esferas, com o atual quadro urbanístico das nossas cidades e com a ausência recorrente de uma Política Habitacional Nacional consistente aliada à preservação do Patrimônio Histórico”.

Projetado pelo arquiteto Roger Zmekhol em 1961, o edifício Wilton Paes era um exemplar da arquitetura moderna na capital paulista – a exemplo do Jóquei Clube, projetado por Paulo Mendes da Rocha, em Goiânia. Em situação de abandono e comprometimento estrutural, o Jóquei também representa riscos, devido à falta de manutenção do edifício nos últimos anos. Em dezembro de 2017, o CAU/GO encaminhou ao Iphan pedido de tombamento, visando a preservação do ícone arquitetônico.

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