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Fórum: Ermínia Maricato e Márcia Tiburi são destaque

“Não dá para pensar a cidade sem o corpo”, afirmou a filósofa Márcia Tiburi, na conferência de abertura do 4º Fórum de Mobilidade Urbana e Trânsito, realizado pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e apoiada pelo CAU/GO a partir do edital de patrocínio de 2017. O evento começou na quinta, 23, e se encerrou nesta sexta, 24, na Câmara Municipal de Goiânia. “A cidade deveria ser um lugar confortável e aconchegante para os corpos das pessoas, com respeito à singularidade de cada um”, completou.

O presidente do Conselho, Arnaldo Mascarenhas Braga, participou do lançamento, que teve uma plateia de cerca de 400 ouvintes, entre estudantes, professores e profissionais de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia e Trânsito. “É preciso uma ação conjunta e multidisciplinar para solucionar a questão da mobilidade nas cidades, com grande envolvimento do arquiteto e urbanista”, afirmou. “Somos técnicos que entendemos a função social da cidade, e entendemos por que a cidade cresce e por que a cidade morre”, disse.

No período da tarde, Regina de Faria Brito, coordenadora da Comissão de Política Urbana e Ambiental (Cepua) do CAU/GO, mediou o bate-papo com a urbanista Ermínia Maricato, que fez palestra sobre A crise da mobilidade urbana no Brasil. “A mobilidade está sobreposta ao planejamento urbano das cidades”, disse a conselheira. “Os grandes vazios urbanos e a baixa densidade representam um alto custo para a infraestrutura dos municípios.”

Com vasta experiência em urbanização de favelas, programas de moradias e de assistência técnica para habitação social, Ermínia falara em sua palestra sobre a importância de as utopias serem retomadas, a fim de salvar os centros urbanos. No recente período de crescimento econômico no Brasil, segundo ela, foi possível observar a “falência das cidades”, com o boom que caracterizou o aumento vertiginoso dos valores dos imóveis em todo o país. E também a dispersão urbana ocasionada pelos projetos do Minha Casa Minha Vida e dos loteamentos horizontais – que impactaram diretamente no ir e vir dos cidadãos. “A mobilidade é o maior problema no Brasil hoje”, afirmou.

“Não faltam planos diretores”, disse. “Não faltam leis. No Brasil, temos leis urbanísticas e ambientais muito avançadas. Não falta conhecimento técnico.” É preciso, segundo ela, retomar os processos participativos. Essa é uma das propostas de seu Projeto Brasil Cidades, que a urbanista também abordou na palestra. Saiba mais.

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