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Conheça a metodologia do Projeto de Acreditação de Cursos do CAU

O CAU/BR concedeu, dia 30, durante a 103ª Plenária Ordinária, realizada por videoconferência, os três primeiros Certificados de Acreditação para cursos de Arquitetura e Urbanismo que participaram voluntariamente do Projeto Piloto de Acreditação de Cursos 2018-2020, desenvolvido pelo Comitê Executivo do Projeto Piloto de Acreditação (CEPPA) e pela Comissão de Ensino e Formação (CEF) do CAU/BR, em parceria com o CAU/SP. Clique aqui para saber mais sobre a cerimônia. 

Segundo a CEF, o Projeto de Acreditação de Cursos do CAU constitui um processo cujo objetivo é certificar a qualidade da formação profissional por meio de parâmetros, entre os quais os Perfis da Área & Padrões de Qualidade para os Cursos de Arquitetura e Urbanismo.

“O processo de Acreditação de Cursos não visa a uma elitização dos cursos, mas sim ser referencial para estudantes e para a sociedade quanto a padrões de qualidade na formação dos futuros profissionais de arquitetura e urbanismo, superiores aos exigidos nos processos avaliativos oficiais regulamentares como autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento dos cursos”.

O processo adotado pelo CAU/BR está alinhado com os Sistemas Internacionais de Acreditação, os quais, todavia, não constituem critério ou condição para a habilitação profissional. A realização do Projeto Piloto conclui um ciclo iniciado em 2014 com a assinatura de memorandos de entendimento entre o CAU/BR e o National Architectural Accreditation Board (NAAB), dos Estados Unidos, e  o Royal Institute of British Architects (RIBA), da Grã-Bretanha, que subsidiaram a construção do projeto brasileiro.

Estudantes da FURB

METODOLOGIA
A metodologia adotada envolvia cinco fases: inscrição e seleção; Relatório de Auto Avaliação (RAA); Relatório de Visita (RV); manifestação conclusiva da Comissão de Avaliação (CAV); apreciação e homologação do resultado pelo Plenário e outorga do Certificado de Acreditação pelo CAU/BR.

Em atendimento à Chamada Pública realizada em agosto de 2019, foram convidados a manifestar interesse todos os 378 cursos cadastrados no SICCAU. Do total, 34 cursos manifestaram interesse em participar da Edição Piloto.  Após análise de atendimento aos critérios para candidatura, 19 cursos se qualificaram. Em atendimento aos critérios de regional e variedade de natureza institucional, seis cursos foram convidados a participar das etapas seguintes.

O Relatório de Auto Avaliação (RAA) foi o ponto de partida para a apreciação inicial do curso pelos avaliadores e identificação dos pontos a serem verificados na visita in loco. O documento seguiu um roteiro específico que consistia de respostas a 40 perguntas sobre cinco dimensões:

▪ Dimensão Institucional – histórico e contexto, comunicação com os estudantes, saúde do estudante e evasão;

▪ Dimensão Pedagógica – diretrizes curriculares, projeto e formação, carga horária, pesquisa e extensão, atividades complementares, estágio supervisionado e Trabalho Final de Graduação;

▪ Dimensão Corpo Docente e Técnico – proporção docente/discente, seleção, valorização e qualificação;

▪ Dimensão Recursos Materiais – estrutura física, acessibilidade, biblioteca, laboratórios, ambientes de experimentação, instalações e equipamentos; e

▪ Dimensão Suplementar – intercâmbio e internacionalização, viagens orientadas de estudo, concursos e destaques.

As respostas eram discursivas, sendo algumas desdobradas em três etapas: planejamento, desenvolvimento e resultados e avaliação.

Aluna da UFRN

Os avaliadores foram selecionados a partir a partir de processo atendendo aos critérios estabelecidos na DPOBR-0060-05_2016-4, homologados pela Deliberação n°19/2019_CEF/CAU/BR. Entre outras exigências, os candidatos deveriam ser graduados em curso de Arquitetura e Urbanismo; possuir registro profissional ativo e regular no CAU; e comprovar docência em cursos de Arquitetura e Urbanismo e/ou contar com experiência profissional nas áreas de atribuição profissional estabelecidas pela Lei n° 12.378, de 2010, com 10 anos de experiência devidamente comprovada. Ao todo, 86 arquitetos e urbanistas de 22  diferentes Unidades da Federação atenderam ao edital de convocação para seleção de avaliadores, tendo sido convidados para a capacitação 15, realizada em julho de 2019.

 

A avaliações dos seis cursos selecionados teve início em agosto.As visitas tiveram duração de quatro a cinco dias, conforme a complexidade do curso. A agenda contemplou, entre outros:

▪ visita às instalações, incluindo a totalidade dos ambientes (laboratórios, salas de aula, salas administrativas, de professores, biblioteca etc.) e foi feita de forma qualitativa e flexibilizada;

▪ encontros individuais de forma restrita, com diferentes grupos que compõem o curso (corpo administrativo incluindo agentes administrativos, bibliotecários e integrantes da gestão superior, coordenador do curso, professores, grupo expressivo de estudantes e egressos), para uma visão comparativa dos pontos positivos e negativos do curso;

▪ apreciação dos trabalhos dos estudantes, levando-se em consideração o nível de complexidade e de maturidade dos trabalhos, representação gráfica e resolução técnica, construtiva e estrutural;

▪ apreciação das habilidades e da produção prática e acadêmica dos professores, procurando estabelecer a ligação entre estas experiências e a disciplina que cada professor ministra e a forma como esta experiência é aproveitada em cada disciplina;

▪ observação de ateliês de projeto, aulas, seminários e outras atividades didáticas, como meio de experimentar o curso em seu funcionamento no dia-a-dia, estabelecendo conversas informais;

▪ reunião da comissão de avaliação para elaboração do Relatório da Visita para fins de acreditação de curso, com a descrição completa a conclusão da visita, a comparação com o Relatório de Auto Avaliação, as condições atendidas, as condições não atendidas e as pendências.

Na etapa final, os Relatórios de Visita, assinados pelos avaliadores da Comissão de Avaliação, foram encaminhados aos seis coordenadores dos cursos para apreciação e quatro enviaram suas observações.

Suas observações foram enviadas à Comissão de Avaliação  reavaliação, respondidos e, mais uma vez, reencaminhados à CEF-CAU/BR, recomendando a outorga do Certificado de Acreditação para três cursos: da Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB), Santa Catarina; da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo. A outorga foi referendada na 101ª. Reunião Plenária Ordinária do CAU/BR e ocorreu na 103a. 

O QUE PESOU NA ACREDITAÇÃO

Graduandos do Mackenzie

Os cursos recomendados à Acreditação apresentaram em seus RV observações como:

▪ sobre os perfis e padrões de qualidade, o curso cumpre os aspectos da relação docente/discente, dos laboratórios e equipamentos;

▪ os Trabalhos Finais de Graduação foram examinados e comparados às notas atribuídas, observando-se a qualidade e o rigor nas análises das bancas de avaliação, correspondendo às expectativas devido à participação de arquitetos e urbanistas nas orientações, do avaliador externo e interno ligados à área de conhecimento do trabalho, manifestando bastante coerência nos resultados. Apresentam excelência ao observar as atribuições profissionais, bem como as questões de relevância social e sustentáveis;

▪ TFG desenvolvido com atividades distintas: I) Orientação Acadêmica, necessária para que o aluno desenvolva a pesquisa que irá auxiliá-lo a formular com clareza os objetivos, a conceituação e os conteúdos pertinentes a sua temática e especificidades do seu trabalho, articulando as demais atividades; II) Exercício Projetual, que visa orientar o estudante na elaboração do projeto escolhido; esta atividade é desenvolvida em Ateliê com orientação individual; III) Fundamentação e Crítica, que contempla o aprofundamento de questões relativas a aspectos específicos do edifício e da cidade, às questões sociais e ao comportamento ético do futuro profissional;

▪ a banca final de avaliação do TFG considera o trabalho escrito, projetual e a defesa oral sob critérios claros e coerentes com o perfil profissional proposto para o egresso;

▪ muita produção em Ateliê, tanto no desenvolvimento de projetos usando pranchetas ou computadores, como o uso intensivo de maquetes física e eletrônica;

▪ ressalta-se o caráter social verificado nos conteúdos programáticos das disciplinas de ateliê, em que o contexto regional é o principal tema desenvolvido pelos acadêmicos;

▪ forte atuação na área da pesquisa com importante contribuição científica;

▪ o curso apresenta plena dedicação dos docentes, diálogo intenso e contínuo entre docentes e discentes, envolvimento dos estudantes com o curso, prática de pesquisa tanto no decorrer das disciplinas quanto na produção de projetos para concursos nos quais têm obtido alguns prêmios e destaque;       

▪ há representação estudantil na forma de Centro Acadêmico com expressiva participação no processo pedagógico;

▪ destaque especial para uma coerência entre o projeto pedagógico, atribuições profissionais previstas em lei e a mobilidade dos egressos via SICCAU, demonstrando o papel importante no contexto regional. Ao observar os mapas e as atividades desenvolvidas, comprova-se a coerência das atividades registradas com os temas abordados;

▪ prática do conceito da “integração” entre as disciplinas, como cerne do ensino e aprendizado, sobrepondo as diferentes áreas de estudo em projetos comuns, que enfatizam a indissociabilidade entre os campos de Arquitetura, Urbanismo, Paisagismo, Tecnologia, Conforto Ambiental e Teoria e História;

▪ sistema de avaliação continuado, com apresentações abertas de trabalhos dos estudantes e debates que contam com a participação de docentes e discentes;

▪ capacidade de atingir a outras realidades e demandas nacionais, comprovando a qualidade da aprendizagem e as possibilidades profissionais dos seus egressos;

▪ a qualidade do ensino de Arquitetura e Urbanismo do Curso, contida em todos os eixos disciplinares, possibilita a formação de profissionais aptos à inserção no mercado de trabalho, em diferentes frentes de atuação: escritórios de Arquitetura e Urbanismo, órgãos públicos e no segmento acadêmico.

CUSTOS
Na Edição Piloto, a atividade de avaliação teve caráter honorífico e a CEF-CAU/BR assumiu as despesas de deslocamento e diárias de 5 (cinco) visitas in loco. O custo total dessas visitas foi de R$ 123.570,00 (cento e vinte e três mil quinhentos e setenta reais), perfazendo cerca de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) por visita de 4 (quatro) dias, envolvendo 5 (cinco) profissionais.

O CAU/SP assumiu as despesas de deslocamento e diárias da sexta visita in loco, como previsto em Convênio de Cooperação 002/2018. Esta iniciativa foi estimulada pelo fato de não se saber qual Estado da Região Sudeste seria contemplado e, em função do número significativo de cursos no Estado de São Paulo e do percentual de cursos que São Paulo representa na totalidade dos cursos do País, almejava-se garantir a participação do Estado na Edição Piloto. Importante destacar que o sexto curso foi selecionado entre os cursos já qualificados para representar a Região Sudeste, ou seja, todos os critérios exigidos para a participação foram respeitado.

Leia também o RELATÓRIO SINTÉTICO DO PROJETO PILOTO DE ACREDITAÇÃO DE CURSOS DE ARQUITETURA E URBANISMO DO CAU.

 

Fonte: CAU/BR

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