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“Cidades do Amanhã” debate arquiteturas que promovem a convivência

 

O projeto “Cidades do Amanhã” é um ciclo de palestras e debates que vai correr nove capitais brasileiras apresentando problemas e soluções arquitetônicas que interferem diretamente na vida cotidiana da população que vive nas cidades. Patrocinado pela Universidade Federal Fluminense e pelo CAU/RJ, o evento apresenta uma pesquisa inédita da Urbana Rede de Pesquisas e o documentário “Arquitetura e o Ballet da Rua”, produzido a partir do estudo.

O lançamento aconteceu em Brasília, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), e contou com a presença do presidente do CAU/BR, Haroldo Pinheiro, do presidente do CAU/DF, Tony Malheiros, do secretário de Gestão do Território e Habitação do Distrito Federal, Thiago de Andrade e do professor Frederico Holanda, da UnB.

Na ocasião, o professor Vinicius Netto, da UFF, apresentou uma pesquisa inédita que revela como a arquitetura dos prédios mais novos está corroendo a convivência das pessoas e a circulação de pedestres nas grande cidades. O estudo foi realizado com 24 bairros e 380 edificações em Niterói, Porto Alegre e Florianópolis. O objetivo é analisar os efeitos da Arquitetura nos espaços públicos e na economia dos bairros.

Os resultados são impressionantes. Verificou-se, por exemplo, que nas áreas onde mais da metade das ruas são do tipo contínuo (sem interrupção), a circulação de pedestres é duas vezes maior que nas outras. Além disso, há mais atividade de pequenos comércios. Outro fator fator é a distância entre os prédios: quanto mais espaçadas as edificações entre si, menor o número de pessoas na rua. “O objetivo deste encontro é fazer com que o conhecimento produzido pela academia transborde para os arquitetos que estão no mercado e também para a sociedade”, afirmou Vinicius.

O presidente do CAU/BR, Haroldo Pinheiro, destacou o crescimento das megacidades no mundo – as metrópoles com mais de 10 milhões de habitantes. Hoje existem 28 megacidades no mundo, que abroga, 12% da população mundial. “Se não houver um aporte violento de inteligência, essas cidades podem ir por caminhos muito difíceis, isso sem falar na destruição do planeta”, disse.

Tony Malheiros, presidente do CAU/DF, destacou que são as relações entre as pessoas que levam a Arquitetura a esse caminho de isolamento. “Águas Claras, em Brasília, é um bairro planejado para ser adensado, com comércios nos térreos dos edifícios. Mas as pessoas não queriam barulho, e hoje temos uma coisa pior, que nem estacionamento tem”.

“As pessoas estão negando os espaços públicos”, afirmou o secretário de Gestão do Território e Habitação do Distrito Federal, Thiago de Andrade. “É impressionante a valorização imobiliária dos edifícios monofuncionais. A sociedade tem bancado isso”.

Haroldo acredita que uma mudança só pode vir por meio de um entendimento ético da sustentabilidade, um entendimento que leve a Arquitetura a buscar soluções para reuso da água e energias renováveis, redundando numa mudança também estética. “Quem trabalha com criatividade não pode acreditar em evolução linear”, afirmou Thiago de Andrade.

Fonte CAU/BR

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