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Aula Magna: atuação do arquiteto e urbanista nos processos de transformações urbanas

O arquiteto e urbanista paulista Vinicius Hernandes de Andrade foi o convidado da terceira edição da Aula Magna, realizada pelo CAU/GO nos dias 3 e 4 de abril, nas cidades de Anápolis e Goiânia, respectivamente. Nesta edição, os anfitriões foram os cursos da Faculdade Metropolitana de Anápolis e da Universidade Federal de Goiás. O evento teve um público médio de 400 pessoas em cada localidade.

O Coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Goiás, Bráulio Romeiro, considera excelente a palestra ministrada por Andrade em Goiânia. “Vinicius de Andrade mostrou uma produção bastante elaborada, atenciosa às questões urbanas e uma reflexão consistente sobre que rumos as cidades devem seguir”, avalia. Para ele, a iniciativa do CAU/GO tem uma função primordial no processo de formação acadêmica. “A Aula Magna tem um papel de apresentar as discussões e/ou produções que estão sendo realizadas no momento, servindo de certa maneira como um catalisador de debates no âmbito acadêmico”, observa. “E, ao extrapolar os limites da sala de aula e mesmo das instituições de ensino, ela proporciona também o encontro entre os profissionais, estudantes e professores de nossa cidade”, completa.

E é justamente este o objetivo da Aula Magna: aproximar o Conselho de Arquitetura e Urbanismo da comunidade acadêmica, propiciando o fortalecimento do ensino no Estado. Além disso, a Aula Magna reforça a importância de começar a desenvolver competências e áreas de interesse antes da finalização do curso, contribuindo para a formação de profissionais atuantes, solidários e contemporâneos.

                                                                   Presidente do CAU/GO, John Silveira, ladeado por coordenadores de curso e Conselheira na mesa diretiva da Aula Magna

                                                                      Andrade apresentou projetos corporativos e de habitação de interesse social, em Anápolis e Goiânia, respectivamente 

Projetos apresentados por Vinicius de Andrade

Na Aula Magna realizada no auditório do SENAC, em Anápolis, Andrade apresentou alguns projetos: a reforma do edifício do Instituto do HPV, três empreendimentos habitacionais projetados para uma construtora, e o Instituto Moreira Salles.

Para este projeto do Instituto Moreira Salles, que abriga um museu, biblioteca e salas destinadas a atividades culturais diversas, o agrupamento dos espaços foi pensado com a intenção de reforçar as conexões das áreas abertas ao público e preservar a privacidade e o controle dos programas administrativos e de serviço. Outra reflexão feita pela equipe diz respeito à Av. Paulista, local onde o edifício está localizado. Foi analisado o entorno próximo do museu, identificando os edifícios que se relacionam bem com a Avenida e colocou a questão sobre qual a relação que se quer estabelecer entre o museu e a cidade e de que maneira esta decisão repercute na articulação dos espaços internos do museu. Assim, o edifício foi projetado para estabelecer um bom diálogo com estes prédios que se relacionam bem com a cidade. A solução encontrada foi transferir o térreo do museu – o seu principal elemento articulador – da base para o centro do edifício, quinze metros acima do nível da Av. Paulista, criando uma relação totalmente nova e aberta entre o museu, a cidade e seus habitantes.

No auditório da Faculdade de Educação da UFG, Andrade apresentou dois projetos de habitação de interesse social: o Renova São Paulo, da Prefeitura Municipal de São Paulo, que realizou a urbanização e regularização de assentamento de três favelas, no entorno da Marginal Tietê, beneficiando mais de cinco mil famílias e que está em fase de finalização; e outro do Governo de São Paulo, intitulado Moradia é Central, no qual pretende-se criar 10 mil habitações de interesse social em áreas esvaziadas do Centro da capital paulista, ainda em fase de aprovação.

Andrade destacou que o primeiro projeto foi além da simples urbanização das favelas, representando o oportuno desafio de repensar todo o sistema urbano da localidade. O arquiteto e urbanista esclareceu que todo o processo foi fruto de uma ampla negociação, que envolveu diversos segmentos da sociedade civil, do poder público e técnicos de diversas áreas. Conforme ele contou, o trabalho foi iniciado pelo departamento de Serviço Social da Prefeitura, que trabalhou por dois anos na identificação de lideranças das comunidades, na captação das demandas e no convencimento de que as mudanças seriam positivas. Andrade frisou que o diálogo com a comunidade aconteceu em todas as etapas e que este é um processo difícil, já que envolve segmentos que não querem mudanças, como os profissionais do tráfico de drogas, mas extremamente necessário para que os resultados sejam democráticos.

Durante a elaboração e execução do projeto, Andrade coordenou uma equipe de mais de 70 pessoas. “O que cabe ao arquiteto é realizar a síntese desse processo. Tudo vai depender da capacidade de articulação entre diversos setores e a capacidade para solucionar problemas complexos”, ensinou. Outro ponto destacado pelo arquiteto e urbanista é de cunho conceitual: ele não concorda com a palavra revitalização. “Revitalizar vem de vital, que por sua vez vem de vida e não há comunidade mais animada, com mais vida, dentro da cidade de São Paulo”, resumiu.

                                                                  Coordenadores do curso de Arquitetura e Urbanismo das instituições de ensino superior de Goiânia e Conselheiros do CAU/GO

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