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Webinário tratou sobre educação patrimonial e a importância do setor Sul

Em comemoração ao Dia Nacional do Patrimônio Histórico, o CAU/GO, em parceria com o MP-GO, realizou no dia 19 de agosto o webinário “Cidade com memória, pessoas com história – O papel do setor Sul para Goiânia e seus cidadãos”. O evento foi transmitido por meio da plataforma Google Meet. A palestra teve como tema “A importância da educação patrimonial na construção de nossa identidade sociocultural”, com o professor Roberto Salomão, conselheiro federal do CAU/BR por Pernambuco. O evento online contou com mais de 180 participantes.

Lana Jubé, conselheira do CAU/BR por Goiás, deu as boas-vindas aos convidados e participantes e destacou a importância de se falar e debater sobre o tema. Em seguida, a titular da 7a Promotoria de Justiça de Goiânia, com atribuições na área ambiental, urbanística e de patrimônio histórico, paisagístico e cultural, a promotora de Justiça Alice Freire, tratou dos temas conservação e preservação. “No dia 17 de agosto, é comemorado o Dia Nacional do Patrimônio Histórico. A questão é: Goiânia tem o que comemorar? Vivemos um momento de discussão sobre o Plano Diretor, numa cidade em constante processo de urbanização. Temos que dizer o que é importante permanecer. O setor Sul possui características paisagísticas a serem preservadas, não somente as edificações”.

Em sua palestra, Roberto Salomão levantou reflexões sobre o tema. “Falar sobre educação patrimonial é falar sobre processos formais e informais, sobre a forma como vamos compreender diversas referências para nossa vida”, disse. “Estamos falando sobre patrimônio e sujeito. É necessário entrar no cotidiano, deixar de lado a fala técnica e alcançar a população, explicar por que preservar impacta a vida do sujeito e da sociedade.”

A conselheira do CAU/GO Regina de Faria Brito, integrante da Comissão de Política Urbana e Ambiental do Conselho (CPUA), apresentou e lançou durante o webinário o Guia do Planejamento da Cidade – Para Todo Mundo Entender. Clique aqui para acessar.

Também foi lançado durante o evento o repositório da Faculdade de Artes Visuais da UFG “Viva! setor Sul – memórias, afetos e narrativas de um bairro”. O projeto foi apresentado pelo professor Bráulio Vinícius, que é ex-conselheiro do CAU/GO e atual diretor da FAV. 

Após as apresentações, ocorreu a mesa redonda do evento. A conselheira Márcia Guerrante, que é mestre em projeto e cidade, afirmou que o repositório apresentado pelo professor Bráulio abrigará, entre outros conteúdos, uma pesquisa encomendada pelo MP ao Iphan, que buscou parceria com a UFG. Intitulada ‘Inventário de Arquitetura Moderna em Goiânia – Casas dos anos 1930 a 1970’, o estudo, coordenado pela professora Eline Caixeta, consistiu no levantamento de casas e conjuntos de casas de importância histórica para a capital. “No setor Sul, a leitura da paisagem revelou o traçado e as áreas verdes do bairro como um patrimônio de grande importância história, paisagística e ambiental”.

Em seguida o promotor de Justiça Juliano Barros, da 15a Promotoria de Goiânia, falou sobre a necessidade de lutar pelo patrimônio cultural, principalmente nesse período em que interesses políticos e imobiliários estão intervindo na paisagem da capital. “Estamos trabalhando para a efetiva participação qualificada da sociedade em diversas demandas e queremos isso também na votação do Plano Diretor”, disse. “É necessário criar mecanismos para que a nossa linguagem seja compreendida pela população”. O promotor também destacou que outros profissionais, como historiadores, antropólogos e geólogos, devem unir-se e compartilhar com o arquitetos e urbanistas meios de preservar o patrimônio.

Representando os moradores do setor Sul, o advogado José Balduíno de Souza Décio, defendeu que o acesso aos documentos e informações sobre o projeto do Plano Diretor devem estar disponíveis a toda a população. E indagou: “como participar de um debate, quando não se sabe o que está debatendo”? “As audiências públicas não podem ocorrer e também não se deve votar um Plano Diretor em uma pandemia, afinal, nem todos têm acesso aos recursos que esse tipo de evento online exige”, afirmou. 

A arquiteta e urbanista Celina Manso, que é analista de Obras e Urbanismo na Gerência de Ordenamento Territorial e Mobilidade da Seplanh, levantou a necessidade da existência de mecanismos para a preservação do patrimônio. “Os municípios devem promover o desenvolvimento das cidades sem destruir seu patrimônio”, afirmou. “E devem oferecer ferramentas para que a preservação realmente ocorra.” Celina Manso coordena uma equipe que está elaborando um plano de bairro para o setor Sul. De acordo com o Estatuto da Cidade, o instrumento deve contar com a participação da população na elaboração de suas diretrizes. Já Samarone Nunes, museólogo, mestre em antropologia social e pós-graduado em políticas culturais de base comunitária, abordou a importância do patrimônio cultural de Goiânia, com foco na participação da população e nas políticas de preservação.

A promotora Alice Freire finalizou a mesa redonda do webinário falando sobre a discussão do Plano Diretor. Esclareceu que no momento em que o MP soube das audiências públicas virtuais, recomendou que fossem suspensas – porém, a recomendação não foi acatada. Alice Freire informou que o MP estuda outras medidas para garantir a participação popular.

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