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Praça Cívica e concurso público

A Praça Cívica encontra-se interditada aos carros para que a prefeitura dê início às suas obras de restauração. A conjunção de esforços do Governo Federal, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Ministério da Cultura e da Prefeitura do Goiânia, resultou no novo projeto de requalificação. É muito bem-vinda a implantação de uma proposta que objetiva resgatar parte tão importante da capital. O local se encontra em péssimas condições há muitos anos, descaso resultante do choque de responsabilidades entre o Estado e a Prefeitura. O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU/GO) também apoia a proibição do estacionamento de veículos particulares, resgatando a praça para o pedestre.

Contudo, temos mais o que considerar. Como hoje ocorre com os empregos públicos, os projetos de obras públicas têm que ser resultado de concurso público. Com isso, se dá oportunidade de trabalho a diversos profissionais e escritórios de arquitetura, se cria uma discussão dentro de várias equipes interdisciplinares e se democratiza o debate sobre o uso da cidade. A sociedade só tem a enriquecer com essa prática.

O concurso envolve um esforço que muitos administradores públicos não estão dispostos a assumir. Porém, esse é o caminho que deverá ser colocado em prática por qualquer gestão que trilhar pela democracia e pela legalidade. O CAU/GO trabalha por esse objetivo.

Essa nossa mesma Praça Cívica foi objeto de um concurso nacional, no ano 2000, vencido por uma equipe mineira, liderada por Carlos Alberto Maciel, que ainda levou os primeiros lugares da requalificação da Avenida Goiás e da Praça do Trabalhador. Em 2009, sob orientação do Iphan, foi realizado um inventário de toda a praça, onde a circulação, os usos, os edifícios, a arborização e o estado geral do local foi registrado. A firma goiana responsável pelo trabalho aguarda o destino que lhe será dado.

Agora, com os recursos do PAC, temos o projeto do escritório do arquiteto goiano Luiz Fernando Cruvinel Teixeira em vias de ser executado. No que preze a qualidade do projeto, assim como a amizade que nutrimos pelo Luiz Fernando “Xibiu”, expressamos aqui que toda a comunidade dos arquitetos enalteceria ainda mais esse excelente profissional, se o trabalho que apresentou tivesse sido resultado de um concurso.

Temos como bandeira que esse propósito seja definitivamente instaurado. Assim como esperamos que a praça seja um exemplo de boa solução arquitetônica, que atraia usuários e turistas, e que não tenha a deterioração e o descaso como regra. A sociedade agradecerá e exercerá seu papel, cuidando também do que é seu.

*Por Arnaldo Mascarenhas Braga, presidente do CAU/GO

(Artigo originalmente publicado no jornal O Popular, em 16/02/2015)

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